Direitos Humanos: Reviver preserva liberdade e vida de acolhidos

Vida e Liberdade são duas garantias universais, asseguradas à todos desde a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), neste sentido a Comunidade Católica Reviver, tem atuado há mais de 30 anos para que as pessoas tenham esses direitos estabelecidos por meio do trabalho que já levou mais de duas mil jovens e adultos a se libertarem da dependência química. Nesta sexta-feira, 10,  quando é comemorado o  Dia Internacional dos Direitos Humanos, entenda a relação entre a missão da Reviver e esses dois direitos universais.

Vida e Liberdade

De acordo com assistente social e coordenadora técnica da Comunidade Terapêutica Reviver, Roseli Carvalho, as pessoas que chegam para iniciarem o tratamento na comunidade enxergam o acolhimento como sendo uma última oportunidade de vida, uma vez que já tentaram outras formas de se libertarem das drogas. “Muitos dos nossos acolhidos já passaram por outros tipos de tratamento, como ambulatorial, Cersam, CAPs, dentre outros, mas que não deram certo e quase todos já tentaram contra a própria vida. Dessa forma trabalhamos com eles ressignificando suas vidas, mostrando-os que eles têm direito a vida, mas uma vida com um novo sentido. Não apenas de estar vivo – sem estar morto – mas uma vida com qualidade, e alguns até com novos hábitos adquiridos no decorrer do tratamento que antes não tinham”, relata.

Além de proteger o direito à vida, a Reviver também faz um trabalho que preza pela garantia da liberdade de seus acolhidos. “As pessoas que vêm fazer tratamento conosco chegam com um conceito distorcido de liberdade, por que viveram uma liberdade que os levaram à escravidão, ao vício. Desta forma, apenas através de um novo conceito de liberdade, que abrange tanto uma nova forma de pensar e agir, com autorresponsabilidade, que diz que toda ação tem uma consequência, é que a maturidade biológica, psicológica, social e espiritual o ajudará a fazer bom uso de uma nova liberdade para saber lidar com escolhas mais saudáveis”, comenta Roseli.

Quando uma pessoa está fazendo uso desregrado de drogas ela perde totalmente sua capacidade de pensar em si e de analisar as consequências das suas escolhas e atitudes.

“Dentro do processo de tratamento da Comunidade Reviver buscamos levar o sujeito a se enxergar em uma roda da vida, na qual ele passeará pelas várias situações que já viveu através de escritas em um inventário pessoal. Isso para muitos não é fácil, uma vez que os leva a recordar de momentos que querem esquecer, mas para o processo terapêutico, é uma ferramenta de cura interior e que ajuda no tratamento e sobriedade”.

Roseli
Roseli Carvalho e Adson Soares

A assistente social explica que para Reviver, é fundamental mostrar para os acolhidos e familiares que todos os seus direitos serão assegurados. “Explicitamos para tanto para o acolhido, quanto para seus familiares, que eles não são apenas sujeitos de direitos, mas que são filhos amados de Deus e que Deus os acolhe como estão para fazer com eles algo novo e libertador através do carisma e do trabalho da Comunidade Reviver. A garantia a esse direito se dá desde a acolhida, onde essas pessoas que muitas vezes são rejeitadas e marginalizadas pela sociedade, ao chegarem a Reviver, se sentem abraçadas e acolhidas pelo abraço Misericordioso de Deus Pai através de cada um de nós”, destaca Roseli.

Por fim, Roseli faz um apelo para que todos nos preocupemos com a garantia dos direitos básicos humanos, prestando atenção nas necessidades sociais dos que estão ao nosso redor. “Infelizmente, sabemos que somos apenas um grão de areia em meio a tantas necessidades que o mundo vive. Mas cada pessoa que colabora com a Reviver, seja financeiramente, ou em orações, ou mesmo divulgando nosso trabalho, já é uma forma de ser um João Batista gritando no deserto e preparando o caminho. Pode ser que alguém que precise passe por esse caminho, assim como um dia meu esposo Adson Soares passou e muitos que conheço e acolho na Revive passa. Por isso, aproveito e convido aqueles que não são colaboradores ainda a se tornarem e ajudarem essa obra que tanto bem tem feito a tantas famílias que tem voltado a sorrir e encontrado o sentido para a vida, assim aumentaremos o acesso a mais pessoas”, finaliza.

Assistência Social da Reviver

A Comunidade Terapêutica Acolhedora Reviver presta um serviço de acolhimento de pessoas que fazem uso/abuso de tabaco, álcool e/ou outras drogas. Através de um programa gratuito, esses dependentes são tratados nos âmbitos biopsicossocial e espiritual dos acolhidos.

Para se tornar um acolhido ou indicar quem precise e aceite o tratamento o telefone para contato é (31) 9 99844829.

Proteção universal

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948, estabelecendo a proteção universal dos direitos humanos e se tornando o marco da garantia da dignidade de todos e do direito de viver em paz e segurança.

A saúde consta na DUDH, no artigo XXV, que define que todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis.  Ou seja, o direito à saúde é indissociável do direito à vida, que tem por inspiração o valor de igualdade entre as pessoas. Diante disso, a Comunidade Católica Reviver desempenha um papel muito importante para garantir esse direito aos acolhidos e seus familiares.

Para todos

Os Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos assegurados a todo e qualquer ser humano, não importando a classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, gênero, orientação sexual ou qualquer outra variante possível que possa diferenciar os seres humanos.

Sua extensão é universal, aplicando-se a todo e qualquer tipo de pessoa. Portanto, eles não servem para proteger ou beneficiar alguém e condenar outros, mas têm aplicação geral.

Atualmente, 193 países são signatários da ONU. Isso significa que, entre outras coisas, eles devem garantir em seus territórios o respeito aos direitos básicos dos cidadãos. Não há uma maneira expressa e objetiva da organização fiscalizar e regular o cumprimento dos Direitos Humanos, mas as legislações da maioria dos países ocidentais democráticos, bem como seus sistemas judiciários, recorrem aos artigos expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos para formularem seus textos legais e aplicarem as decisões e medidas jurídicas.