13 de abril de 2025, Domingo de Ramos, Paixão do Senhor.

A Sagrada Liturgia deste domingo de ramos nos apresenta dois momentos bem distintos. O primeiro momento a liturgia nos apresenta, Jesus que entra em Jerusalém de forma triunfante, sendo aclamado por todos com ramos, palmas e o grito de: Hosana ao Filho de Davi, o Rei de Israel, Hosana nas alturas, bendito o que vem em nome do Senhor, Hosana nas alturas (Lucas 19, 39). Já num segundo momento, Jesus caminha para a condenação até a morte e morte de cruz para a salvação de todos nós.

A liturgia nos apresenta este contraste de dois episódios distintos onde, por um momento, parece que toda a humanidade reconheceu o Messias Salvador e parece que toda a terra acolhia a chegada triunfante de Deus que entra em Jerusalém, cidade santa. Corações se enchem de alegria e entusiasmo, parece um sonho, todo mundo aclamando e acolhendo o Senhor.

Mas a realidade era outra. Ao entrar em Jerusalém, Jesus é aclamado de fato como o salvador de Israel e do mundo, e acontece a mudança brusca quando se inicia a sua condenação, seu julgamento e a sua morte. De repente, aquele que havia feito tantos milagres, realizado tantas curas, ressuscitado mortos, expulsado demônios e tantos outros bens, se encontra agora no total desprezo pelos homens os quais tanto amou.

Nós hoje devemos trazer para nossa vivência nessa Semana Santa, semana maior que se inicia neste domingo, a reflexão, o questionamento se nós hoje também não repetimos a mesma coisa do passado. Num momento acolhemos Jesus com alegria, entusiasmo e fazemos tantas juras de amor e, ao mesmo tempo, o desprezamos pelos nossos pecados, colocamos Deus em segundo plano, nos afastamos do Senhor escolhendo outros caminhos, outros valores e pessoas no lugar de Deus. Não seria o caso de refletirmos se não crucificamos Jesus de novo? Não acolhendo sua palavra, sua lei e seus mandamentos?

Hoje, precisamos, em oração nesta semana santa, refletir profundamente, questionando se não é hora de voltarmos, retornarmos ao coração de Deus, reconhecendo-o como nosso Deus, nosso Salvador, e aclamarmos com alegria Hosana nas alturas ao Filho de Davi, bendito o que vem em nome do Senhor, preparando-nos para celebrarmos a páscoa do Senhor com nossas vidas renovadas no seu amor.

 Texto: Aloísio Neves