Ouça Agora:
Radio Gospa Mira 105.7 fm

Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca

A liturgia de hoje (28) vem convidar o cristão a voltar seu olhar para o povo faminto. Ela lembra a preocupação de Deus em saciar a fome de vida nos homens e traz um alerta importantíssimo: Deus conta com seus escolhidos para repartirem o seu pão com todos aqueles que têm fome de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança e, também, de alimento. Em 2023 a fome bateu recorde no mundo, quando mais de 280 milhões de pessoas sofreram algum tipo de insegurança alimentar, conforme relatório divulgado pela ONU.

O Pai conta com seus discípulos para arregaçarem as mangas, saírem de sua zona de conforto e irem ao encontro do irmão necessitado.

O Evangelho se dirige a todos que sentem fome: A fome de pão que a multidão sentia e que preocupava Jesus naquela época é a mesma que faz sofrer tantos irmãos e irmãs na atualidade. Os que têm fome são aqueles que são explorados e injustiçados e que não conseguem libertar-se. São os que vivem sem família, sem teto, sem amigos; são os expulsos de sua terra natal pelo fanatismo e pela ganância dos poderosos e têm que enfrentar uma cultura, uma língua e os costumes de um país estrangeiro para poderem oferecer condições de sobrevivência à sua família; são os idosos que sofrem a dor da solidão, os discriminados por causa da cor da sua pele, da sua fé, do seu status social ou econômico; são as crianças vítimas da violência, do abandono e da exploração; são as pessoas subjugadas pelo poder da economia global, cujas vidas ficam à mercê dos interesses dos grandes grupos econômicos, que têm como meta única o lucro cada vez maior.

Os discípulos, ou seja, todos os cristãos, são convidados a dar continuidade à missão de Jesus e a distribuir o pão que mata a fome de vida, de justiça, de liberdade, de esperança e de amor para todos os homens e mulheres que sofrem.

Jesus propõe algo realmente novo: a partilha e o serviço. Os discípulos de Jesus são convidados a reconhecerem que os bens materiais são um dom de Deus para todos os homens e mulheres e que pertencem a todos. São convidados a fugirem do materialismo e do egoísmo e a colocarem os bens, dons de Deus, a serviço de todos. Como resultado não só se mata a fome, mas se adquire a partir desta perspectiva, um novo relacionamento fraterno entre quem dá e quem recebe, feito de reconhecimento e harmonia que enriquece ambos os lados e é o prenúncio de um novo tempo. O que resulta desta proposta é uma humanidade totalmente livre da escravidão dos bens. Os necessitados tornam-se livres porque têm o necessário para viverem uma vida digna e humana; os que repartem libertam-se do egoísmo, do apego excessivo aos bens materiais e da escravidão do dinheiro e descobrem a liberdade do amor e do serviço.

No final do evangelho os discípulos são convidados a recolherem as sobras, que devem servir para outras multiplicações. Não pode haver desperdícios nem de tempo nem de recursos. A tarefa dos discípulos de Jesus é contínua, sem trégua e deverá recomeçar sempre, em qualquer tempo e em qualquer lugar, onde haja um irmão necessitado e com fome.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Texto: Dalva Pereira Silva Soares

Compartilhe

Leia Mais

Caminho Vocacional

Se você sente o chamado a servir a Deus  dentro do nosso carisma, e quiser iniciar uma caminhada vocacional, fale conosco!