A liturgia deste 32° domingo (10) do tempo comum nos traz uma reflexão muito importante, uma abordagem que nos leva a refletir sobre nossa entrega a Deus, nossa oferta a Ele.

Já na primeira leitura percebemos a necessidade de doar o tudo que temos e somos aquela viúva que já esperava fazer sua ultima refeição, um pouquinho de farinha e um pouquinho de azeite para fazer um pão e comerem ela e seu filho e aguardar a morte. Nossa vida às vezes se apresenta assim, nos encontramos pensando estar perto do fim, sem encontrar nenhuma perspectiva de futuro, vemo-nos diante do fim do túnel ou no fundo do poço como costumamos dizer diante das dificuldades onde nossos sofrimentos nos ensinam a contar somente com a graça de Deus, pois é o único que nunca nos abandona e está sempre conosco.

O profeta, representando a figura de Deus pede para a viúva o que parecia impossível e ela desabafa com ele dizendo não tinha o suficiente para os três, mas é nesta hora que se manifesta a graça de Deus que nos pede, não um pouco de nós, mas o nosso tudo, e se lhes somos obedientes acontece a graça abundante de não nos faltar nada. (IRs 17,10-16).

Encontramos no evangelho um relato também cheio de lições salutares para nossa vida de entrega a Deus. Jesus está no templo observando as pessoas doarem suas esmolas, suas moedas, muitos ricos depositavam nos cofre grandes quantias, até que chega uma pobre viúva e deposita duas moedas, duas apenas, diz o texto que não valiam quase nada, era o que ela tinha, era o seu tudo e Jesus observando, chama os seus discípulos e diz: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas” (Mc 12,43). Os discípulos podiam questionar dizendo: como assim? Será que Jesus não sabia contar dinheiro? Mas aí é que Jesus nos dá esta lição: não é dar do que nos sobra, mas doar o nosso tudo. Deus quer que o doemos a nós mesmo a ele, ainda que sejamos uma migalha, ainda que estejamos feridos, machucados, ainda que não tenhamos valor nenhum para este mundo. Deus quer que nos doemos a ele assim mesmo.

Senhor dá-nos a graça de te ofertarmos hoje o tudo que somos, o tudo que temos, transforma-nos numa oferta que lhe agrade. Amém!

Texto: Aloísio Neves