Entramos no tempo da quaresma, tempo propicio para o nosso retorno a Deus. Pelo pecado nós nos afastamos de Deus, rompemos a aliança com o Senhor e com seus mandamentos, sua lei e sua palavra. Agora, neste tempo, a Igreja nos propicia com a penitência, a graça de nos retornamos ao convívio com Deus, através dos santos sacramentos.

A liturgia deste primeiro domingo da quaresma (09) nos apresenta o servo que em meio ao sofrimento, tentações e provações é atendido por Deus ao clamar pelo seu socorro. Na primeira leitura, no discurso de Moises ao povo, ele narra como passaram pelas tribulações e ao clamar pelo socorro do Senhor foram ouvidos e atendidos. Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angustia. E o Senhor nos tirou do Egito (Dt 26, 7-8a). Moises afirma ter alcançado o socorro de Deus, ele e todo o povo que sofreu a escravidão no Egito e que o Senhor os libertou.
No salmo da liturgia deste domingo encontramos uma verdadeira oração de confiança em Deus: Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente” (Sl 90, 1s). O salmista proclama a total confiança no Senhor. Como nos ensina tanto esta oração a qual devemos rezar todos os dias e ter no coração esta confiança em Deus e no seu amor.
São Paulo na segunda leitura nos ensina a como sermos salvos, libertos de todos os males ao nos afirmar: É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação. Pois a Escritura diz: “Todo aquele que nele crer não ficará confundido” (Rm10, 10-11). Portanto irmãos é necessário crer em Deus e professar, proclamar a fé para experimentarmos a graça da salvação.
No Evangelho narrado por São Lucas vemos como Jesus vence o tentador usando as sagradas escrituras diante das propostas tentadoras do inimigo. Jesus com fome no deserto e o demônio o tenta a transformar as pedras em pães, mas Jesus recorre às escrituras dizendo: “A Escritura diz: ‘não só de pão vive o homem” (Lc 4,4).
O demônio continua a tentá-lo querendo que Jesus o apurasse e Jesus o rebate de novo com a palavra da Sagrada Escritura: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás” (Lc 4,8). Em mais uma tentativa de tentar Jesus, o demônio o instiga a fazer espetáculo propondo que Jesus se lançasse atirando do alto do Templo e o próprio demônio usa a palavra de Deus do salmo 90, mas Jesus o repreende de vez dizendo: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (Lc 4,12). Irmãos, como nos ensina a narrativa deste evangelho, na nossa vida cotidiana enfrentamos muitas destas realidades apresentadas no texto, somos tentados também em nossas fraquezas, nos momentos de sofrimentos, nos momentos de desertos de nossas vidas. Precisamos clamar por Deus como nos orienta a liturgia de hoje, precisamos usar o poder da palavra de Deus, guardada em nossos corações e com fé suplicarmos o socorro do Senhor. Pois não estamos sozinhos, abandonados, mas o Senhor vem em nosso socorro quando o invocamos. Que Deus nos guarde hoje e sempre. Amem!
Texto: Aloísio Neves