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Jesus perguntou: E vós, quem dizeis que eu sou? Lc 9,20

Jesus passou algum tempo, durante sua vida pública, apresentando o projeto de Deus e levando a Boa Nova aos pobres, aos marginalizados, aos oprimidos. Ele foi se cercando de um grupo de testemunhas, que acreditaram n”Ele e se engajaram nesse sonho de se criar um mundo novo, de justiça, de liberdade e de paz para todos. Agora, antes de começar a etapa final de sua caminhada nesta terra, a caminho de Jerusalém, onde haverá a concretização de Sua entrega pela redenção do mundo, os discípulos são convidados a se manifestarem sobre tudo que viram, ouviram e testemunharam. Eles devem se manifestar sobre quem é este Jesus que se prepara para cumprir a etapa final de uma vida de entrega, de dom, de amor sem limite. O grande questionamento do momento é para saber se os discípulos estarão prontos e dispostos a seguirem o mesmo caminho de doação e de entrega da vida no serviço do Reino de Deus.

É uma característica do evangelista Lucas sempre apresentar Jesus em oração, antes de um momento fundamental de Sua missão. A oração é o lugar do reencontro de Jesus com o Pai. Após a oração Jesus tem sempre uma mensagem importante – mensagem que vem do Pai – para comunicar aos discípulos. O evangelho de hoje traz a seguinte reflexão: “Quem é Jesus?”. Aquela era uma época de profunda crise para o povo de Deus, período em que o sofrimento gerou uma grande desesperança e ao mesmo tempo a expectativa de que o Reino de Deus estava próximo. O povo sonhava com a chegada do libertador anunciado pelos profetas, que na expectativa deles seria um grande chefe militar que, com a força das armas, iria restaurar o reino do seu pai, rei David, e obrigar os romanos, tiranos opressores a liberta-los do jugo da servidão. Inclusive nesta época apareceram vários falsos “enviados de Deus”, que, como hoje, viviam para enganar o povo, em proveito próprio e que, sempre, eram destruídos pelas tropas romanas. Jesus poderia ser também mais um desses demagogos, farsante, em que o povo deposita sua esperança de libertação. Inicialmente Ele não é considerado pelas multidões como o Messias, o enviado prometido. O povo O identifica como Elias, o profeta que acreditavam estar junto de Deus. A sua postura e sua mensagem não correspondiam àquilo que se esperava de um rei forte e vencedor.

Os discípulos, no entanto, companheiros de toda a caminhada, deviam ter uma perspectiva mais amadurecida e próxima da realidade. Esta é realmente a visão dos escolhidos. Pedro não tem dúvidas em afirmar, quando questionado por Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou? És O Cristo de Deus. Pedro aqui é porta-voz de todos os discípulos, a comunidade que acompanhou e testemunhou todos os gestos de Jesus e com esta proximidade descobriu a Sua ligação com Deus. Reconhecer que Jesus é o Cristo, significa reconhecer n”Ele o enviado de Deus, descendente de David,  que iria transformar esperança em realidade de libertação. Jesus sabe que os discípulos sonhavam com um messias político, poderoso e vitorioso e tem pressa em esclarecer que Ele é o enviado de Deus para libertar homens e mulheres; no entanto essa libertação não vai se realizar pelo poder das armas, mas sim pelo amor e pelo dom da vida. Para Ele se vislumbra a cruz, a entrega da vida por amor e, assim, se realizará as promessas de salvação feitas por Deus a seu povo.

Todos os discípulos, de ontem e de hoje são convidados a seguirem Jesus, a tomarem, como Ele, a sua cruz, de amor e de entrega. São convidados a derrubarem os muros do egoísmo, do orgulho, a renunciarem a si mesmo e fazerem da vida um dom de serviço e de amor a seu próximo e à sua comunidade.     

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Dalva Pereira Silva Soares

 

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