A liturgia deste 14° Domingo do Tempo Comum traz a meditação sobre a responsabilidade na prestação do serviço às obras do Pai, da dedicação e fidelidade na execução das tarefas, da necessidade de mais obreiros. Evidencia a urgência da vivência em comunhão, da partilha e da inclusão de todos. Deus escolhe pessoas, confia-lhes uma missão e envia-as ao mundo. Esses enviados atuam em Seu nome e são chamados a testemunharem, no meio de seus irmãos, o projeto que Deus tem para todos, sem distinção, sem discriminação.
O Evangelho conta que Jesus, quando se dirigia para Jerusalém, enviou setenta e dois discípulos na sua frente, a toda cidade e lugar onde Ele próprio devia ir. A missão confiada a esses discípulos é a mesma de Jesus: propor a Boa Nova do Reino de Deus, levar a palavra para aqueles que sofrem e curar todos os que estão feridos pela dureza da vida ou pela maldade dos homens. Pela ação dos escolhidos de Jesus, de todos os tempos, concretiza-se a vitória do Pai sobre tudo aquilo que oprime e escraviza a humanidade.
Jesus está a caminho de Jerusalém, onde ocorrerá a etapa final de sua missão. Durante a sua vida pública Ele anunciou o Projeto de Deus pelas aldeias, vilas e cidades da Galileia. Esta etapa estava concluída. Para que sua missão se concretizasse era preciso dar o passo seguinte, que seria ir a Jerusalém, desafiar as autoridades religiosas judaicas a acolherem o Reino de Deus. De acordo com as tradições judaicas, era em Jerusalém que o Messias iria se manifestar a Israel e apresentar ao povo sua proposta libertadora. Seria, portanto, Jerusalém o local onde a salvação de Deus iria aparecer na história dos homens. Ao longo do caminho Ele vai catequizando os discípulos sobre a responsabilidade com a Missão, desafiando-os a confiarem plenamente n”Ele. Nesta caminhada os discípulos vão crescendo na fé e consolidando seu comprometimento com a proposta de Jesus. Aprendem a abrir mão dos seus projetos pessoais e dos seus sonhos de grandeza humana, para aderirem plena e completamente aos valores do Reino, de amor e dedicação ao próximo. Os discípulos, sem o saber, estão recebendo as últimas orientações para que, após a morte e ressureição de Cristo, sejam eles os condutores do projeto de Deus, para toda a humanidade. A herança que recebem de Jesus é uma igreja missionária, sempre em movimento, que deve estar em todos os lugares, principalmente onde estão os mais sofridos, os marginalizados, os que vivem sem esperança. É esse o destino dos seguidores de Cristo.
Os discípulos de hoje devem se preocupar em manter seus nomes naquela lista dos setenta e dois que Jesus envia a toda cidade e lugar onde a Boa Nova da salvação deve chegar. A missão deve ser cumprida com humildade, em comunidade, sem preconceitos, buscando agregar todas as pessoas, não permitindo que o egoísmo, a prepotência, o ódio, e a falta de amor os desviem do objetivo. Não podem se acomodar vendo tantos irmãos e irmãs que vivem á distancia de Jesus, em um mundo materialista e sem sentido, com práticas religiosas superficiais, elitistas e sem comprometimento com o verdadeiro sentido que leva ao Reino dos Céus.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dalva Pereira Silva Soares