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“Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?… Lc 13,23

Jesus não responde diretamente a pergunta, pois, para Ele o essencial não é falar em número de pessoas, em quantos se salvarão.  Mais do que pensar em quantidade de pessoas a serem salvas, o importante é definir as condições para pertencer ao Reino de Deus e estimular nos discípulos de ontem e de hoje a decisão e a disposição de buscar por ele. Para Jesus, entrar no reino de Deus é, em primeiro lugar, esforçar-se por entrar pela porta estreita.

Pode-se lembrar por essa passagem, das entradas das cidades naquela época, onde havia duas portas: uma mais larga, destinada a carruagens puxadas por cavalos e outra mais estreita, destinada á passagem de pessoas a pé. Talvez o evangelho de hoje pretenda ensinar que, para entrar no Reino, seja necessário renunciar a tudo aquilo que “engorda”, ou seja, que faz não ter condições de passar pelo caminho estreito da salvação, como orgulho, prepotência, egoísmo, ambição, ganância, o desejo de poder e de domínio. Esses sentimentos pequenos impedem o homem e a mulher de viverem numa lógica de serviço, de entrega, de amor, de partilha do dom da vida. Quem quiser encontrar a vida verdadeira tem de realizar um esforço pessoal nesse sentido; ninguém chegará á realização plena pelo caminho da facilidade, dos valores pequenos, das apostas no comodismo e no bem-estar material.

Lucas descreve, no evangelho de hoje, o reino dos céus como um banquete, em que os eleitos estarão a mesa, lado a lado com os patriarcas e os profetas O local está com as portas fechadas. Os que não perseveraram, que se dedicaram aos afazeres fúteis, aproveitando as coisas boas da vida terrena, que deixaram passar as oportunidades de servirem, perderam o tempo e chegarão atrasados. Baterão a porta, mas o dono da casa não os virá acolher. Privilegiando os valores materiais, os valores passageiros, eles negligenciam os valores eternos e encontrarão a porta fechada.  Todos, de todas as nações, de todas as etnias, de todas as classes sociais são bem-vindos ao banquete do Senhor. As palavras de Jesus neste evangelho não têm o caráter de condenar, mas de exaltar, de lembrar aos discípulos de ontem e de hoje para deixarem para trás todas as hesitações e a escolherem, sem dúvidas, o caminho do reino dos céus. Ele faz um convite veemente a todos para assumirem, sem medo os valores do plano de Deus e vive-los plenamente.

Entrar pela porta estreita é, portanto, não viver de forma irresponsável, sem se agarrar aos ensinamentos de Cristo e do Evangelho. É se comprometer com a vida em comunidade, é recusar a mediocridade, a acomodação, a alienação; é não ceder á tentação da vida fácil, aos valores que não têm qualquer valor; é não viver exclusivamente voltado para os próprios interesses, sem se preocupar com os problemas do mundo e com a sorte dos irmãos; é não se conformar com uma vida vazia, é não confiar em falsas seguranças vindas do dinheiro ou de uma religião vazia e ritualista; é fazer-se pequeno, simples, humilde, servo, capaz de amar até ao dom total de si próprio. Procurar a porta estreita implica, portanto, em esforço, renuncia, sacrifício, coerência, risco, luta, compromisso e, acima de tudo, muita fé.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

texto por: Dalva Pereira Silva Soares

Ravena 24/08/2025

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