A proposta da Palavra para a reflexão de hoje é ampla: a fé, a salvação, o caminho do Reino e qual a atitude correta que o homem deve assumir diante de Deus.

O Evangelho convida os discípulos a assumirem, com coragem e perseverança o projeto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao homem. Essa adesão ao projeto divino pode ser chamada de Fé e dela depende a instauração do Reino dos Céus no mundo. Os discípulos devem ter consciência que suas ações dentro desse projeto serão guiadas por Deus, sendo eles apenas instrumentos através dos quais se realizará a salvação da humanidade. Eles devem se mover e cumprir seu papel com humildade e generosidade. Jesus já havia conversado com os discípulos sobre a dificuldade que é percorrer o caminho do Reino dos céus. Alertou-os que o amor a Deus deve estar acima de tudo, da família e dos próprios planos pessoais. Advertiu-os que o perdão deve ser uma atitude permanente para a vida em comunidade. O caminho a ser percorrido não tem facilidades, pois, pressupõe fidelidade, coragem, combate à própria fragilidade, abandono do egoísmo e do comodismo.

Pedir a Jesus que lhes aumente a fé, significa, portanto, pedir-Lhe que lhes aumente a coragem para optarem pelo caminho traçado por Deus; a confiarem cegamente na Sua proposta. Jesus lembra que, para quem tem fé, nada é impossível, mas, para isso, é necessária uma transformação completa do discípulo e, em consequência, uma transformação do mundo que o rodeia. Servir a Deus com total disponibilidade e radicalidade é ter nas mãos a chave para mudar a história, mesmo que essa transformação possa parecer impossível às pessoas de pouca fé. A transformação pessoal pode levar toda comunidade a confiar e aderir, operando, assim, verdadeiros milagres de engajamento e serviço.

Jesus alerta, no entanto, que o discípulo que confia e se dedica sem restrições em implantar o projeto de Deus no mundo, não deve ter atitude de quem sente que fez tudo bem feito e, que, por isso, Deus está em dívida com ele. O verdadeiro discípulo serve com humildade, sente-se o verdadeiro servo que não fez mais do que sua obrigação, na construção do projeto divino.

Portanto, a fé que conduz e anima a vida do cristão é o eixo central que move a existência humana. O reino é uma realidade construída diariamente e, encontra com frequência situações de injustiça, intolerância, violência, egoísmo. Todos devem ter consciência de seus deveres e obrigações. Deus não é um contabilista, que escreve em seus livros os débitos e créditos, para acerto das contas, no final da existência. O serviço a Ele deve ser gratuito, como de graça Ele concede a vida que cada um possui e administra. Por isso a fé deve ser o fio condutor do cristão. Ela deve ser demonstrada em todas as circunstancias, seja nas alegrias das realizações e, principalmente, nos momentos de dificuldades, de sofrimento e de angustia. Não se pode exigir nada de Deus. Cabe, a cada um, cumprir, fielmente, com humildade, o papel que Ele lhe confia, acolhendo os dons que lhe são concedidos e louvando o Seu amor.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Dalva Pereira Silva Soares