Viver bem o tempo litúrgico da quaresma significa buscar com intensidade a graça de ser transfigurado em Jesus, ou seja, sermos transladados de nossos pecados, dos ideais egoístas e imanentes para atingirmos esplendor da glória sobrenatural do Senhor.
No evangelho deste segundo domingo da quaresma (Lc 9, 28b-36) logo no primeiro versículo o texto de hoje diz: “Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar” (28b). Para subir a montanha precisamos que Jesus nos leve, pois, rezar é um Dom de Deus! A oração é o caminho que nos dá acesso a contemplação da glória do Senhor. E, não temos condições por nós mesmos de atingir a glória de Deus, pois, São Paulo nos diz: “com efeito, todos pecaram, e todos estão privados da glória de Deus” (Rm 3, 23). Temos que recorrer a Deus em oração que Ele nos conceda o Dom da oração, devemos pedir para que a sua graça nos mova, nos dê constância, fidelidade, humildade e sentimento de gratidão para procurarmos a face gloriosa de Jesus Cristo continuamente.
Pensar na oração como fruto de nosso esforço é um ledo engano, um perigo espiritual gigante que, ainda que rezemos, estaremos sem contrição, sem buscarmos a glória de Deus reconhecendo que dela não somos dignos, talvez até nos julgando melhores que os outros. Mas, a beleza que o evangelho de hoje traz é que Jesus conhecendo toda a nossa condição pecadora, ainda assim nos chama, ou melhor, por isso mesmo é que Ele nos chama, pois, o querer do Senhor é que vivamos a experiência da ressurreição
Que deixemos o Espírito Santo gerar em nós a consciência da oração como presente Divino, que Ele fecunde os nossos corações com a sensibilidade ao chamado de misericordioso que Jesus nos dirige, e que possamos nesta quaresma caminhar dia após dia rumo ao centro de nossas vidas que é a Páscoa do Senhor.
Texto: Emerson Alves
Imagem: Freepik