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A paz nos vem da experiência com a misericórdia

O Santo Padre, São João Paulo II, instituiu na Igreja, que todo segundo domingo do tempo Pascal seja celebrado sempre a festa da Divina Misericórdia. O Evangelho que hoje (16), irá inspirar nossa reflexão se encontra em João 20, 19-31. O texto nos apresenta uma das aparições de Jesus ressuscitado, é um trecho repleto de sinais, e para inspirar nossa reflexão, iremos eleger alguns, que certamente já nos edificará muito.

Os discípulos estavam presos por medo dos judeus. A porta do cenáculo estava fechada, mas, sobretudo, seus corações também. A pouco tempo, haviam abandonado ao Senhor. Cometeram o pecado de trocar Jesus por falsas seguranças, não quiseram se comprometer com Jesus e agora colhiam o preço de suas escolhas. O remorso, o sentimento de medo os paralisaram. Paradoxalmente, quando Jesus saí do sepulcro, simultaneamente, os discípulos transformam a sala do cenáculo, numa espécie de sepulcro, ali o medo e o salário do pecado estavam os matando de angústia.

Ao anoitecer daquele dia, quando, ao invés de estarem alegres por Jesus ter vencido a morte, a Igreja, fechada em si mesma, cultivava o medo, pensando nos problemas internos e nas ameaças externas. Eis que aí, o Senhor toma a iniciativa de aproximar, de os amar de novo. Ao entrar na sala fechada, Jesus revela que veio se oferecer para entrar nos corações que ainda não se deixaram envolver pelo amor de Deus. Ali, as portas do coração, o Senhor proclama: Shalom, a paz esteja convosco! (19). Ele comunica sua paz por três vezes, isso mostra-nos que, com Jesus ressuscitado chegou ao coração humano a verdadeira e plena paz. Não uma paz com mudanças externas, automáticas, é a paz interior. É o próprio Jesus, o Shalom ressuscitado, que veio redimir o gênero humano, reconcilando-o com a Trindade.

Jesus sopra o Espírito Santo, tal qual, ocorre no livro das origens, quando Deus sopra o ruah sobre Adão e o faz nascer, o Senhor ao soprar sobre a Igreja, seu Espírito de Vida, a faz renascer pelo Espírito para ter condições de entrar no reino dos céus. O Espírito Santo veio operar a misericórdia em nós, fazer-nos mergulhar nela, experimentá-la, através do perdão de nossos pecados.

Dentre os discípulos, um que é mencionado mais de uma vez é São Tomé, chamado Dídimo, que significa gêmeo, que pode ser traduzido como ser duplo, um homem dividido. Sobre ele, o texto, assim nos diz: “Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (24-25). Ele estava dividido entre crê ou não, corria-se o risco de abandonar tudo o que havia recebido e ouvido de Jesus e se tornar um incrédulo. Porém, em sua miséria, e até por causa dela, Jesus volta ao encontro dos discípulos oito dias depois, justamente para o encontrar, pois, estava como uma ovelha perdida. O Senhor se revela novamente por conta de Tomé, em seu amor, Deus não desiste dele.

Se lermos no original grego, o versículo: “Estende a tua mão, e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel” (27b). Vamos literalmente encontrar a expressão: sustenta-te para não cair, coloca a tua mão em meu lado. Existia um risco de Tomé se perder eternamente. Tocar nas mãos e no lado de Jesus significa tocar a própria misericórdia que se fez carne, significa ainda, ter acesso ao que sustenta o homem e o mantêm de pé, na dignidade de filho de Deus. Tocar um Deus ferido, é tocar a fonte da cura, de onde emana o amor que nos sara. Tocar nas feridas de Jesus é ser envolvido na própria totalidade pelo amor Divino.

Que o Espírito de Jesus, o Dom maior do ressuscitado, nos convença daquilo que Jesus disse a Santa Faustina: “A humanidade não encontrará paz, enquanto não tiver confiança na misericórdia divina” (Diário, pág. 132). Que o sopro do Espírito Santo, o toque nas chagas de Jesus, presente na Eucaristia, nos transforme em ministros da misericórdia. O que comprova que experimentamos a misericórdia de Deus, que tocamos as chagas de Jesus é a decisão de assumirmos o compromisso de nos aproximar dos irmãos que ainda estão com seus corações fechados ao Senhor, transmitir-lhes o acesso as chagas do amor misericordioso de Deus, que se compadece e se deixa tocar por todos nós.

Feliz Páscoa, feliz festa da Divina Misericórdia!

Texto: Emerson Alves

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