Nossa caminhada de fé rumo ao céu é uma verdadeira luta contra o demônio e contra o pecado. Encontramos na liturgia deste domingo (09) um ensinamento apropriado para nossa vida de cristãos.

Na primeira leitura da liturgia de hoje, vemos o próprio Deus criador vindo a procura daquele que ele mesmo criou, quando pergunta para Adão, o homem terroso, ou seja, a cada um de nós: “onde estás”?. O homem, afastado de Deus o desobedece e acarreta sobre si o medo, incertezas, culpa e remorso e todo tipo de mal por causa do pecado. Deus, movido pelo amor a cada um de nós procura, sai ao encalço do ser que criou.

A trama toda se dá a partir do momento em que o homem desobedece a Deus, querendo independência rompe com a graça e cai no vazio do pecado. Deixa de ouvir a Deus e passa a dar ouvido ao inimigo, fazendo como que um pacto, aliança com ele, ao dar-lhe ouvido. Quando cometemos o pecado, acarretamos sobre nós as consequências, traumas, medo, culpa e remorso e a tentativa de nos escondermos do olhar de Deus.

A bondade de Deus em seu amor insiste em nos procurar e de novo ressoa em nossos ouvidos: “onde estás”? Em que nível da caminhada estamos, em que lugar escondidos nos encontramos, onde foi que nos perdemos? Estas e tantas perguntas surgem em nosso interior.

O salmista nos aponta o caminho ao rezar dizendo: “Das profundezas eu clamo a voz, Senhor, escutai a minha voz”! ou seja, do abismo profundo em que nos encontramos, devemos clamar a Deus por socorro, por misericórdia, reconhecendo nossos pecados e pedindo perdão. São Paulo na segunda leitura nos mostra que é pela fé no que está escrito que nos apropriamos da salvação em Jesus Cristo e que ressuscitaremos para a vida eterna em seu amor.

No santo evangelho, aprendemos com Jesus como a nossa vida é lutar contra o inimigo alertando-nos a respeito do pecado contra o Espírito Santo, ou seja, a tentação de desprezarmos a graça, não darmos ouvido a Deus recusando fazer a sua vontade.

Precisamos hoje tomar a firme decisão de fazermos parte da família de Jesus, sendo todos nós, irmãos, pais, mães, familiares de Jesus e darmos ouvido à sua palavra sendo-lhe obedientes, que assim seja, amem.

Texto: Aloísio Neves