No sexto domingo da Páscoa (05) o Evangelho está no contexto do discurso de despedida de Jesus. A continuação do evangelho do domingo passado, aliás Evangelho que figurou na liturgia em quase toda os dias da semana.
No início do capítulo 15 de São João, Jesus se apresenta como Vinha Verdadeira e nos chama a permanecer nele, enxertados nele para que possamos produzir fruto. No evangelho desse domingo temos como destaque o mandamento do amor.
O querer de Jesus para os seus discípulos é que eles produzam fruto, e o meio para produzir fruto é permanecer no Seu amor. Paulo, escrevendo aos Gálatas, afirma que “o Fruto do Espírito é Amor” (Gal 5,22). Por Isso Jesus afirma: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei, Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). Somente inseridos, enxertados nesse amor, seremos capazes de produzir esse mesmo fruto.
Podemos chamar o texto do Evangelho desse domingo de testamento pastoral de Jesus, pois nele Jesus deixa aos discípulos ensinamentos fundamentais para a vida e para a ação dos mesmo no mundo. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Os discípulos são fruto da obra e da palavra de Jesus, ele mesmo disse: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, para irdes e para que produzais frutos” (Jo 15,16).
Já pensou nisso? Você é uma escolha de Jesus, ninguém o obrigou a isso, foi de sua livre vontade escolher cada um de nós e conosco formar uma comunidade de homens livres. O que nos faz livres é justamente te acolhido a proposta salvadora de Jesus. Pode-se dizer que fomos tirador do coração de Deus e dados ao seu Filho Jesus. Vinculados a Jesus, como os ramos a Videira Verdadeira, devemos viver o seu mandamento: “Amais-vos uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida por seus amigos” (Jo 15,12-13).
Jesus amou até as últimas consequências, até ao dom da vida. Assim devem também fazer os discípulos, amando-se uns aos outros com um amor que é serviço simples e humilde, doação total, entrega radical. Desse amor nascerá a comunidade de homens novos, animados pelo Espírito, num mundo novo.
Texto: Vitório Evangelista Chaves