A vida é o maior presente que Deus ofereceu ao homem. Não se pode dar ao luxo de desperdiça-la. Ela precisa ter sentido. A liturgia de hoje leva á reflexão sobre como viver, alerta sobre a quão passageira é a vida e sobre a necessidade de vive-la na plenitude.
São Paulo, na carta aos colossenses, convida aqueles novos cristãos a optarem pelas coisas do alto, pelos bens celestes, em detrimento das coisas da terra; estas mais atrativas, talvez mais prazerosas, a curto prazo, mas, também, efêmeras e fúteis. Aquele que, pelo batismo, foi incluído na família de Cristo, tem de viver de tal forma que seja, no meio de seus irmãos, a imagem do Criador.
Quando escreve a carta aos Colossenses Paulo está na prisão, em Roma, por volta dos anos 61 a 63 d.C. Recebendo a visita de seu seguidor Epafras, ele soube que tinham chegado a Colossos pregadores cristãos que ensinavam doutrinas desvirtuadas do verdadeiro proposito de Cristo para a humanidade. Esses pregadores procuravam convencer os colossenses a acolherem um conjunto de práticas, tradições e doutrinas que os levariam a uma maior perfeição, a um grau superior da experiencia cristã. Exigiam a circuncisão, o respeito pelo sábado, a observância de certas festas judaicas, a abstinência de alguns alimentos; difundiam a adoração aos anjos e o culto a certos poderes cósmicos que governavam os astros, entre outras práticas. Paulo reconheceu a gravidade da situação naquela região: O Evangelho estava sendo desvirtuado em Colossos, porque as doutrinas difundidas por esses pregadores estavam tirando de Cristo o protagonismo do projeto de salvação. Elas priorizavam os bens terrenos, o culto a bens materiais. Paulo, na carta, volta a demonstrar e acentuar o papel de Cristo no projeto Salvador de Deus. Ele reafirma aqui que Cristo basta para a salvação.
Cristo derrotou o pecado e a morte. Com a sua ressureição, no terceiro dia, Ele venceu a maldade, a injustiça e a violência, contra Ele e contra todos aqueles que acreditaram. Ele triunfou sobre tudo aquilo que destrói o mundo e que rouba a vida dos homens. A ressureição de Cristo é o acontecimento capital, o alicerce sobre o qual Deus construiu o seu projeto de salvação. Do Cristo ressuscitado brota a vida nova, plena e feliz que Deus idealizou para todos.
A vida de todo cristão batizado deve ser a expressão da vida nova. Essa vida nova deve manifestar-se sempre, durante toda a caminhada terrestre, mas se revelará, em plenitude, quando Cristo voltar, definitivamente, em toda a sua glória.
Assim, todas as obras do homem velho, como a imoralidade, maus hábitos, apego desenfreado a bens materiais, paixões, maus pensamentos, ganância e a inveja devem ser, completamente, banidas da vida do cristão, por não serem compatíveis com a vida nova que chegou com o Cristo ressuscitado. O cristão é, no batismo, revestido de Cristo, se torna um homem e uma mulher novos, têm em si a imagem do seu Criador. A Identificação com Cristo ressuscitado é, portanto, um renascimento contínuo que deve levar o Cristão a se parecer, cada vez mais, com Deus.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dalva Pereira Silva Soares