Ouça Agora:
Radio Gospa Mira 105.7 fm

Crer para Reviver

Estamos caminhando para a Páscoa, restam-nos duas semanas de preparação. Próximos de tão importante celebração, Jesus vem revelar-nos o ápice de sua missão. Por amor a nós, vem trazer-nos a vitória do amor sobre o pecado, vem entregar sua vida para nos resgatar da morte eterna. Ele quer nos introduzir, por meio de sua ressurreição, em seu reino definitivo.

O texto que hoje (26) irá iluminar nossa reflexão, está no Evangelho de São João 11, 1-41. É um trecho rico de muitos detalhes, vamos nos debruçar sobre alguns, que muito irão nos edificar.

O sinal messiânico de Jesus, se realiza em Betânia, e se considerarmos que a palavra Bethânia significa em hebraico ‘casa do pobre’ e o termo pobre, na cultura bíblica, quer dizer-nos, aquele que só se apoia em Deus, quem encontra em Deus o sentido de sua vida. E, que o nome Lázaro, era a forma grega do nome Eleazar em hebraico, que significa: ajuda de Deus, Deus é meu socorro, podemos considerar que o convite da liturgia da Palavra é para que se descubra o real sentido que Jesus veio trazer às nossas vidas.

Dentre tantos pontos do texto, destaca-se um, que devemos contemplar com muita profundidade: “Jesus pôs-se a chorar”. Não se trata de um momento qualquer, o Senhor chora porque vê não apenas Lázaro seu amigo morto, chora porque em Lázaro, vê Adão, enxerga a cada um de nós, criados à imagem e semelhança da Trindade, mas que por conta do nosso pecado, ficamos presos pela pedra da morte. Lázaro morto é símbolo da humanidade morta pelo pecado. Jesus chora por amor! Chora porque não fomos criados para o túmulo, mas sim, para a vida plena.

O caminho ao qual temos que percorrer é de ascese, de conversão, de irmos morrendo para nós mesmos e de progressivamente assimilar os sentimentos de Jesus. Uma das áreas que mais precisamos que seja tocada pela graça de Deus, é justamente nossa sensibilidade. Se faz necessário que nossos sentimentos sejam evangelizados pela Palavra de Jesus. E, é em oração, nos unindo ao Senhor e abertos ao Seu Espírito que os nossos sentimentos vão se tornando os mesmos de Cristo Jesus.

Outro aspecto que salta aos nossos olhos, e que através da oração, devemos absorver é como Jesus se revela como a solução Divina ao problema da morte física e, em especial, da espiritual. “Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso? (25-26).   Responder coerentemente essa pergunta do Senhor é atingir a espinha dorsal de nosso batismo.

Responder de maneira superficial a esta pergunta é uma demonstração de não ter o básico do entendimento de nossa fé cristã, de uma vivência que pode ser considerada paganismo, transvertido de religiosidade, de ainda está numa fé hipócrita, escrava do pecado e da morte. Isto porque a razão de nossa fé é a ressurreição de Jesus. E aqui, o Senhor não está anunciando que vai ressuscitar, e sim que Ele é a ressurreição em Pessoa. Duvidar da ressurreição, logo é colocar em descrédito Jesus.

É pela morte e ressurreição de Jesus que a morte física e espiritual é vencida. E nos tornamos herdeiros dessa vitória quando assumimos nossa condição de batizados.

O Senhor nos dirige palavras de ordens muito precisas e através das quais podemos ser libertos do pecado e da morte.

A primeira palavra de ordem é: “remova a pedra” (39a). Tirar a pedra de nosso interior, dos nossos corações. Nós não podemos mudar as coisas dentro de nós, mas o Espírito Santo pode. Como na primeira leitura de Ezequiel, Ele age em nós, nos libertando dos túmulos, da escravidão da carne por seu sopro avivador. Quando reconhecemos verdadeiramente o Espírito Santo presente em nós, quando nos deixamos conduzir por sua graça, as pedras do pecado e da morte, das mágoas e ressentimentos vão saindo de nós e dando lugar ao coração de carne, a vida de amor, de forma que possamos assumir nossa vocação cristã, gerar em nós os sentimentos de Jesus.

Outra ordem de Jesus é: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11, 43). Vir pra fora é sair do mundo. Lázaro morto, é portanto, sinal de toda humanidade escravizada pelos prazeres do mundo. Sair do túmulo é sair da desobediência, da rebeldia, sair do lado do pecado, da figueira que Adão ainda se escondia, e que o mantinha escravo da morte. Essa ordem se dirige, no hoje da história, a cada um de nós, porque todos estamos marcados pela morte do mundo, a perdermos os horizontes da eternidade, á todos nós chega a voz d’Aquele que é o dono da vida e quer que saiamos do pecado e da morte e entremos, ainda nesta vida, no reino definitivo.

A última ordem dada por Jesus é: “Desatai-o e deixai-o ir” (Jo 11, 44c). A ordem de Jesus poderia ser traduzida literalmente por saia das trevas. Ser desvencilhado de toda e qualquer comunhão com as obras do demônio. Essa ordem do Senhor se dirige a Igreja, e nela e através dela é que, incorporados em Cristo, somos mais do que vencedores por meio da fé. A Igreja está sempre pronta para nos desatar da escravidão do demônio, ao nos acolher, especialmente no sacramento da reconciliação, nos é tirada as faixas da incredulidade. Quando recebemos a absolvição dos nossos pecados, somos ligados ao céu e desligados das obras das trevas.

É hora de professar com a vida o nosso creio. É tempo favorável para abraçarmos a vida nova proveniente do batismo. Se quisermos entrar na novidade do reino de Deus, nos é exigido morrermos para o pecado, desprendimento deste mundo, sermos pobres aos olhos de Deus, tê-lo como nosso único bem. Urge aprendermos a viver segundo os valores definitivos do amor a Deus e ao próximo, em particular, aos marginalizados e pobres.

Texto: Emerson Alves

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Leia Mais

Caminho Vocacional

Se você sente o chamado a servir a Deus  dentro do nosso carisma, e quiser iniciar uma caminhada vocacional, fale conosco!

Contatos

Newsletter

Seja o primeiro a receber

nossas novidades!
© Copyright Comunidade Reviver. Feito com  por