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Em meio às crises, é possível optar pela alegria verdadeira

Estamos no 3° Domingo do Advento, nos aproximamos da Celebração do Natal do Menino Deus. E a liturgia da Palavra nos apresenta o Evangelho de Mateus 11, 2-11 como forma de guiar nossa preparação neste domingo onde o tema central é a alegria cristã. Interessa-nos o fato de que, em toda a leitura do Evangelho, a única menção a alegria e felicidade é feita assim: “Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” (6). Era um momento crítico na vida do precursor de Jesus, João Batista estava em crise em relação à missão de Jesus e sobre a própria vocação.

João proclamou a identidade de Jesus ao dizer que Ele é o cordeiro de Deus, e que, tendo sido batizado, depois entrara na Sinagoga em Nazaré, onde “Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito” (61,1s.): “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4, 17-19).

A crise existencial de João Batista estava sob este confronto: como, depois de preparar o caminho para o Senhor, de lhe ter batizado, de saber inicialmente o sentido da missão de Jesus, como aquele enviado pelo Pai para libertar o homem do pecado e que libertaria os cativos. Como ele próprio estava agora preso por anunciar a verdade? Qual seria a explicação para tal contradição? Se o Messias esperado for segundo a lógica deste mundo, aparentemente é sim uma incoerência que João Batista tenha tido como consequência um fim tão trágico. Porém, a espera do Messias, o advento cristão não aponta para mudanças ou realizações passageiras e sim para a instauração do Reino definitivo.

Os discípulos de João Batista ouviram de Jesus Cristo que os sinais do Reino estavam se cumprindo: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (5). O que João não sabia e nem mesmo esperava era que o Pai do Céu havia lhe enviado também para ser precursor do Senhor através da prisão e da morte, e que justamente aí, deveria estar sua expectativa de atingir a alegria de sua vida.

A alegria, tema central deste terceiro Domingo do Advento, não é uma alegria passageira e sim escatológica, definitiva. João Batista haveria de aprender que a seguinte profecia contida no livro dos Salmos 39, 8-9: “Então eu disse: Eis que eu venho. No rolo do livro está escrito de mim: fazer vossa vontade, meu Deus, é o que me agrada, porque vossa lei está no íntimo de meu coração”, tratava-se de uma profecia messiânica, mas que se estendia a sua pessoa e a todos os que quiserem ter plena comunhão com o corpo do Senhor. Esta profecia, como afirma o autor da Carta aos Hebreus (10, 4-10), se realiza com o derramamento do sangue do cordeiro em sacrifício para nos libertar do pecado e nos santificar. A alegria do Cristo consistiria em cumprir a vontade do Pai, ainda que isso exigisse o derramamento de seu sangue. O Senhor encontrou gozo, prazer em realizar o querer do Pai, mesmo tendo que enfrentar a morte. E isso é o que a graça Divina quis ensinar a João Batista quando seus mensageiros visitaram Jesus.

Para alcançarmos a genuína alegria cristã teremos que aprender da graça de Deus a não procurá-la na realização de nossos interesses. A alegria do Reino definitivo não se encontra nos prazeres desse mundo. Nem tampouco, a encontraremos sem nos conformarmos ao Cristo em meio aos sofrimentos, sejam eles quais forem, até mesmo a nossa morte.

Estamos numa caminhada para o Natal do Senhor, dia no qual deveremos ficar exultantes da alegria celestial. Porém, se não formos capazes de dar passos concretos no aprendizado da verdadeira alegria, que captamos somente quando buscamos a vontade de Deus, mesmo diante das contrariedades, das crises de todas as ordens, estaremos com um obstáculo para a alegria celestial. E, assim, nos escandalizaremos por causa de Cristo que se manifesta na Páscoa do Senhor, mas que exige de nós a passagem pelas cruzes, com coragem para morrer, sem abrir mão do querer de Deus.

A palavra escândalo de matriz grega significa obstáculo, assim sendo, que não fujamos da conformidade com o Cristo que nos chama a morrer com Ele na cruz, e encontremos nisso nossa alegria como caminho para o novo nascimento que nos espera na celebração do Natal do Senhor.

Texto: Emerson Alves

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