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Em Pentecostes somos chamados a missão

Estamos caminhando para a celebração da solenidade de Pentecostes, que acontece justamente cinquenta dias após a Páscoa de Jesus. Em Pentecostes celebramos a vinda do Espírito Santo, o início da missão da Igreja, que nasceu do lado aberto de Jesus na Cruz onde Jorrou sangue da Eucaristia e a água do Santo batismo. Em Pentecoste todos somos chamados a missão, portanto somos de origem apóstolos da efusão do Espírito Santo.

Quero iniciar esse texto com uma frase profética de Dom Alberto Taveira em 10/01/2008 no encontro nacional de formação. Portanto, a mais de 14 anos atrás, naquela ocasião ele dizia: “Somos chamados a voltar para o cenáculo, para ter um novo Pentecostes”. Aparentemente essa frase parece ir a contramão da realidade que estamos vivendo hoje, que é de um grande impulso missionário. Como um bispo pode estar nos chamando para a clausura do cenáculo e estamos vivendo um tempo forte de missão? Mas é justamente por causa da missão que temos que voltar para o cenáculo, pois só compreenderemos a missão, tal qual ela é, a partir da experiência de pentecoste.

Vamos lembrar então de alguns fatos históricos, que nos ajudaram a compreender essa importância de voltar ao cenáculo, para receber uma nova efusão do Espírito Santo:

  • A beata Elena Guerra, fundadora das Irmãs Oblatas do Espírito Santo; pedia insistentemente ao Papa Leão XIII para reconduzir a Igreja ao cenáculo. De 1895 a 1903, Irmã Elena escreveu várias cartas ao Papa, pedindo uma renovação na pregação sobre o Espírito Santo.

Nas diversas cartas que Elena escreveu ao Papa, ela exortava-o a convidar os fiéis a redescobrir o que é uma vida vivida sob a ação do Espírito Santo. Na sua oração, ela pedia uma renovação da Igreja, a unidade dos cristãos, uma renovação da sociedade e por isso mesmo “uma renovação da face da terra”.

No coração de Elena Guerra, havia a ideia de um Pentecostes permanente; dizia ela:

“O Pentecostes não terminou; de fato é sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo deseja ardentemente dar-se a todos os homens e, aqueles que o desejam, podem recebê-lo sempre; portanto não temos nada a invejar aos Apóstolos e aos primeiros cristãos; nós só temos que nos dispor como eles, a recebê-lo bem e Ele virá a nós como veio a eles”. (Beata Elena Guerra)

Foi Elena que sugeriu o Papa a novena de Pentecostes, rezada entre o domingo a ascensão e o domingo de pentecoste, essa era para ela uma das maneiras de voltar ao cenáculo para um novo derramamento do Espírito Santo.

  • Quando olhamos para o início da Renovação Carismática Católica em 1967, dois anos após o final do Concílio Vaticano II e setenta anos após a Encíclica de Leão XIII sobre o Espírito Santo, recordamo-nos muitas vezes das palavras de João XXIII que, na preparação do Concílio Vaticano II, pediu a todos os fiéis que rezassem por “um novo Pentecostes”. Acredito ser bem conveniente registrar aqui a belíssima oração de São João XIII na abertura do concílio Vaticano II: “Repita-se no povo cristão o espetáculo dos apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes e conceda que a santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o reino do divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino de amor e de paz. Amém”. A verdade é que o Papa João XXIII pede que a Igreja volte ao cenáculo para experimentar um novo Pentecostes.

Poderíamos citar vários outros fatos que marcaram o surgimento da RCC, mas acredito que os que aqui foram relembrados, foram suficientes para dizer que a frase de Dom Taveira continua atualíssima, pois representa uma corrente profética da Igreja.

Vamos então voltar ao acontecimento de Pentecostes e deixar nosso coração abrasar por essa experiência pentecostal.

Antes da sua ascensão, Jesus reúne com seus apóstolos e lhes dá uma ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa de meu Pai, da qual me ouvistes falar, quando eu disse: João batizou com água; vós, porém, dentro de poucos dias sereis batizados no Espírito Santo”. (At 1,4) De fato essa era uma ordem, pois Jesus sabia da essencialidade do batismo no Espírito Santo para a missão Evangelizadora, que os apóstolos teriam que protagonizar.

Vejam que os próprios apóstolos tinham sede de mudança, sede de transformação na sociedade que eles viviam. Tanto que vendo a eminência da subida de Jesus para junto do Pai, eles perguntam: “Senhor, é agora que vais restabelecer o Reino para Israel”? (At 1,6) Jesus não disse que iria, ou, que não iria restaurar, entretanto reafirmou: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. (At 1,8)

A Igreja nascida da experiência de pentecoste tem como missão transformar a sociedade, a partir da transformação do coração humano e disseminar a cultura de Pentecostes. Isso sim é ser apóstolo da efusão do Espírito Santo.

Nossos grupos de oração precisam fazer memória da primeira reunião de oração acontecida no cenáculo de Jerusalém. “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiam e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se”. (At 2,1-4) Veja bem, recebemos o Espírito Santo no batismo sacramental, mas nada impede Deus de derramá-lo sobre nos quantas vezes o pedimos. O batismo no Espírito Santo é uma intervenção do céu, é uma iniciativa de Deus e não do homem. Porque o Batismo no Espírito é um dom de Deus, para recebê-lo basta abrirmos generosamente nosso coração.

Dois sinais muito importantes nos chamam atenção nesse acontecimento: O vento impetuoso que encheu toda casa e línguas de fogo que pousaram sobre a cabeça de cada um. Todo elemento que é levado ao fogo tem sua essência transformada Só o fogo pode transformar nosso coração de pedra em um coração de carne, só o fogo do Espírito Santo, pode transformar um pecador em um santo. No verão do ano de 2018, eu assistia uma reportagem na televisão, que falava sobre um incêndio que destruía o parque Serra do Rola Moça, que fica situado na região metropolitana de Belo Horizonte. O capitão bombeiro falava da dificuldade de controlar a queimada, porque estava ventando muito, e o vento espalhava fagulhas de fogo para outras regiões do parque, provocando novos focos de incêndio. O vento espalhava o fogo.

A experiência de Pentecostes e fundamentalmente missionária. O fogo que o Espírito acende em nós, o mesmo Espírito espalha com seu vento impetuoso, por isso que somos apóstolos da Efusão do Espírito Santo.

Texto: Vitório Evangelista

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