O Evangelho deste décimo terceiro Domingo do Tempo Comum (Lc 9, 51-62) quer nos convidar para uma profunda revisão de nossas vidas e verificarmos até que ponto estamos dispostos à seguir Jesus Cristo.
O texto inicia mostrando que Jesus estava resoluto em ir para Jerusalém. No entanto, não se tratava de uma visita a mais que o Senhor faria á cidade, mas sim da derradeira, daquela na qual o Espírito Santo já havia o inspirado, de que era essencial para cumprir á vontade do Pai, mesmo ciente de que estava se dirigindo ao local onde iria sofrer e padecer Jesus estava firme em seu propósito.
Fomos batizados para sermos con-formados á Pessoa de Jesus, tal qual o Espírito Santo convenceu o Senhor de tomar uma decisão irreversível. Hoje, através desta litúrgia da Palavra é o próprio Deus que nos chama á termos a coragem de nos decidirmos totalmente em ir ao encontro do chamado de Deus, e que certamente nos exigirá renúncias e sacrifícios, mas que sem dúvida é o único caminho para descobrir o sentido pleno da vida.
Não podemos ter medo, não podemos colocar outras coisas ou pessoas á frente. Não alcançaremos a plena visão de Deus, que é vê-lo face a face no céu se nosso seguimento for somente de aparência ou condicionado á momentos. O horizonte do chamado é a comunhão santa e gloriosa com o Senhor na Nova Jerusalém que é a eternidade reservada por Deus á cada um de nós. E á via de acesso ao céu é Jesus Cristo crucificado em Jerusalém. Temos que encontrá-lo no calvário, para encontrarmos com Ele no céu. É preciso tomar a decisão, decidir significa separar, cortar. Etimologicamente a palavra ‘decisão’ deve ser entendida como fazer a cisão, interromper, cortar, separar.
É o Espírito Santo que vem agora falando aos nossos corações àquilo que devemos cortar de nossas vidas para que possamos corresponder ao chamado de Deus e enfrentar o sofrimento e a morte, seja ela simbólica ou real. Hoje, que estejamos convencidos que para a eterna comunhão de amor com Deus vale a pena seguir o Senhor Jesus Cristo em direção a Jerusalém para que possamos nos tornar novas criaturas na Jerusalém celestial.
Texto: Emerson Alves