“Eu vou dar um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. (34)
No quinto domingo da liturgia da Páscoa ouvimos Deus falar sobre a verdadeira novidade, aquilo que é sempre novo e que é capaz de nos livrar de toda velhice do pecado: “Dou-vos novo mandamento”. Ouvir essa palavra neste tempo litúrgico é oportuno pois é justamente a experiência com Jesus ressuscitado que opera o novo em nossas vidas á partir do amor que nos comunica e do amor que somos chamados à transmitir.
Em Cristo Jesus o amor é genuinamente novo, pois, não consiste mais em uma ideia, não é nem mesmo sentimentalismo, amor que se dirige as pessoas queridas ou àquelas com as quais lidamos bem. Em Jesus Cristo, o amor é expressado em sua natureza plena, tem como objetivo também aquele que se coloca como inimigo, como um adversário, que persegue e deseja mal.
É a natureza do amor que é nova em Jesus, se trata de amar o próximo que pode ser diferente ou até indiferente ao amor doado. Não é um amor que procura recompensas, ao contrário, se dirige ao outro não por que há uma simpatia entre as pessoas e sim por quem ele é: filho (a) de Deus, presença de Deus, é o amor de Deus que perpassando os nossos corações devem nos levar à praticar com o próximo o amor de Deus.
E é essa experiência do amor que constitui á Páscoa! Existe nela uma novidade que é transformadora, pois, o exercício do amor como Jesus amou significa dar a vida justamente por aqueles que não agem segundo o ideal estabelecido.
Para que o adjetivo “novo” não fique somente nas letras se faz necessário deixar-se fecundar, deixar-se transformar pelo amor que Jesus primeiro derrama em nossos corações. Precisamos nos reconhecer amados sem merecimentos nenhum, deixar que o amor de Jesus nos liberte do egoísmo e nos provoque para amar quem mais precisar de amor, e que muitas vezes demonstram a necessidade justamente agindo sem amor. É pela assimilação e realização do mandamento de Jesus que as pessoas irão nos reconhecer como discípulos de Cristo, se vivermos o amor uns pelos outros, sobretudo, quando o outro não corresponder.
Texto: Emerson Alves