Ninguém pode servir a dois senhores (Lc 16,31)
A liturgia deste domingo é muito interessante. Já na primeira leitura, traz a profecia de Amós denunciando o povo daquela época, que buscava de todas as formas lucrar em seus comércios de maneira desonesta e, para ganhar cada vez mais, humilhava as pessoas mais pobres. Mas o profeta adverte: isso não agrada ao Senhor (Am 8,7).
Já no Evangelho, Jesus conta uma parábola que não é muito fácil de compreender, mas da qual tira lições importantes para nossas vidas.
Ele conta a história de um administrador infiel que tinha um patrão rico, o qual acaba descobrindo que ele estava esbanjando seus bens.
O patrão, então, pede contas da sua administração.
O administrador, por um momento, fica sem saída e começa a refletir sobre o que seria de sua vida se perdesse o emprego.
Ele não desiste: usa toda a sua sabedoria e esperteza para se safar dessa situação difícil.
Pensa que não tem forças para trabalhar e que pedir esmola seria motivo de vergonha.
Então se lembra de que muitas pessoas deviam ao seu patrão e não conseguiam pagar a dívida.
Ele chama uma por uma e faz descontos significativos para esses credores, com a intenção de que, quando perdesse o emprego, essas pessoas pudessem recebê-lo em suas casas. Assim, não ficaria desamparado.
O patrão, sabendo da atitude dele, o elogia, porque o administrador infiel usou de esperteza (Lc 16,8).
Jesus, então, usa essa parábola para convidar os filhos da luz a usarem todas as armas para não perderem a salvação.
Ele disse que os filhos das trevas são fiéis às coisas deste mundo e usam suas forças, inteligência e esperteza para se saírem bem em seus empreendimentos.
Por isso, Jesus convida a todos a serem filhos da luz, e não das trevas; a sermos fiéis no pouco e a usarmos toda a esperteza para não perdermos a salvação, para que um dia sejamos recebidos na morada eterna.
Outro ensinamento que Jesus deixa para nós é que não podemos servir a dois senhores, porque, senão, vamos amar um e desprezar o outro.
Jesus está dizendo que não podemos servir a Deus e ao dinheiro, às coisas materiais.
Nós devemos usar o dinheiro e os bens materiais para sermos salvos. Não podemos ser escravos de nada que nos tira a salvação, de nada que nos afasta do Senhor.
Na segunda leitura, da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo, vemos que Deus, nosso Salvador, quer que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,3).
Meus irmãos, a liturgia deste domingo nos convida a lutar com todas as nossas forças para continuar no caminho certo, o caminho da salvação. Nada neste mundo, nem mesmo os bens materiais, pode nos tirar da presença do Senhor. Vamos precisar do dinheiro e dos bens materiais enquanto vivermos aqui, mas eles devem ser apenas instrumentos para nossa salvação.
Agindo assim, buscando servir ao único Deus verdadeiro — nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Pai e o Espírito Santo —, um dia seremos recebidos na morada celeste.
Que o bondoso Deus continue nos abençoando ricamente!
Dario Rossine