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O mistério Pascal em nós!

Hoje (02/04), celebramos a solenidade de Domingo de Ramos. Nos aproximamos do centro de nossa fé. É uma semana decisiva, na qual Jesus entra em Jerusalém, para dar sua vida por nós. É hora da mais séria reflexão, de darmos respostas sinceras diante de Deus. De nos examinarmos com o auxílio do Espírito e verificarmos se estamos produzindo realmente os frutos de conversão.

Fazer confrontos cirúrgicos e enxergar a realidade à luz da Palavra de Deus, é próprio de uma vida que deseja superar as superficialidades, os falsos programas religiosos, de ir além das aparências e viver no próprio ser, de encarnar o mistério Pascal de Jesus. Deixando-me perpassar pela paixão, a morte e a ressurreição do Senhor. É hora de se perguntar: o acontecimento do mistério Pascal de Jesus se celebra plenamente em nosso interior?

A liturgia da Palavra, apresenta diante de nossos olhos, dois textos evangélicos: Um, se encontra em Mateus 21, 1 – 11, e abre a procissão de Ramos. O outro, em Mateus 27, 11 – 54, que serve para nos dar acesso a semana santa.

Jesus entra em Jerusalém, a multidão e os discípulos, proclamam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! (MT, 21, 9). Em meio a aclamação festiva, Ele está no recolhimento interior, em profundo silêncio. Conhece bem o sentido  daquelas palavras: “Hosana ao Filho de Davi”.

‘Hosana’, em hebraico, significa: Senhor, salva-nos! O Senhor, percebe que a expectativa do povo de Israel estava em seu ápice, eles o reconheceram como o Messias, o enviado por Deus. Aos fariseus que o pediram: “Mestre, repreende os teus discípulos”, Ele respondeu-lhes: “Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras” (Lc 19, 39).

Enquanto o povo o aclamava, certamente Jesus se lembrava das palavras ouvidas da boca de João Batista: “Eis aí o cordeiro de Deus, que vai tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29). Enquanto era proclamado rei, estava ciente que não receberia a coroa semelhante a dos reis deste mundo, e sim, a de espinhos.

Para preparar sua entrada em Jerusalém, Jesus pede emprestado um jumentinho. Os rabinos, ao estudarem a Sagrada Escritura, vão dizer-nos que este jumento representa o mesmo que aparece em Gênesis 22, 5. Quando Abraão foi oferecer seu filho Isaac em sacrifício. Aos pés do monte Moriá, ele disse: “Ficai aqui com o jumento – disse ele aos seus servos -“.

A palavra: jumento, queria dizer: peso da matéria, aquilo que corresponde ao que é material, que nos impede de alcançar a intimidade com Deus.

O jumento é um animal que representa nossa humanidade, voltada e apegada às coisas deste mundo. É oportuno fazer uma correlação, entre o jumento e o hino cristológico, onde São Paulo, na carta aos filipenses, nos diz: “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2, 5-11). É Jesus que assume a nossa condição humana, toma sobre si o peso de nossos pecados, abraça a matéria de nossos pecados, para concluir a oferta iniciada por Abraão.

Ao mandar desamarrar o jumento, Ele opera o desligamento da humanidade, de tudo que a prendia. Ao subir no jumentinho, mostra-nos ainda, que está acima de tudo o que é material, que por sua graça amorosa vem para dominar o homem ferido pelo pecado.

Do texto comovente da paixão, para inspirar nossa reflexão, lancemos nossos olhos sobre a soltura de Barrabás. Pilatos pergunta: “Quem de vós quereis que eu vos solte: Barrabás, ou, Jesus, a quem chamam de Cristo?” (17b). “Qual dos dois quereis que eu solte? Eles gritaram: Barrabás” (21b). O nome Barrabás, em hebraico significa: o filho do Pai. Jesus Cristo, veio nos salvar por amor, veio nos salvar da condenação e da morte. É Ele que aceita sobre Ele os nossos castigos. E, assim o faz só por amor.  O faz para libertar Barrabás, o filho do Pai, que, ao examinarmos com realismo, é a imagem de cada um de nós, que somos assassinos, réus da morte do próprio Cristo, e estávamos condenados à morte eterna.

Temos duas alternativas, querer viver de aparências como Pilatos e insistir em nossas hipocrisias, em nosso apego às coisas do mundo, na busca de satisfazer a nossa carne, ou, rezar como a multidão que disse: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt 27, 25). O povo, ao proclamar estas palavras, não reconheciam a dimensão do que diziam.

Ao contemplarmos o crucificado, que possamos enxergar nele nossos pecados, nossas mentiras, a busca por uma vida de aparência, e pedir que caia sobre nós seu sangue precioso, o sangue do cordeiro que se imola por nossa salvação. Que possamos morrer com Cristo. Nos considerarmos mortos às coisas deste mundo, mortos à nossa carne pecadora, mortos para as obras das trevas, para vivermos com intensidade só para Deus, para amá-lo, para instaurar seu reino definitivo neste mundo.

Hoje, 02/04/2023, celebramos os 18 anos da Páscoa definitiva de São João Paulo II, Patrono da Comunidade Católica Reviver.

Que inspirados em seu exemplo de homem configurado a Cristo, possamos nos decidir por Deus, por assumir na própria vida o mistério Pascal. Supliquemos a intercessão de São João Paulo II, para que sejamos novas criaturas, pelo encontro com Cristo ressuscitado!

Texto: Emerson Alves

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