O Evangelho que a Igreja nos oferece neste décimo oitavo domingo comum (04) é o desenrolar da multiplicação dos pães, do domingo passado. A multiplicação dos pães, pode-se dizer que é a introdução do discurso do Pão da vida.
No Evangelho de hoje, Jesus nos diz: “Pão de Deus é aquele que desce do céu para dá vida ao mundo”. É em Jesus e através de Jesus que Deus responde à fome dos homens e lhes oferece a Vida em plenitude. Diferentemente de Moisés que, no deserto, oferece o maná. Que apesar de ser fruto da providência divina, era apenas a figura de uma realidade que estava por vir. Todos os que comeram do maná morreram, pois Moisés não tinha como dar o alimento vindo do céu.
É muito importante prestarmos atenção nesse diálogo de Jesus com o povo. O povo quer saber o que fazer para realizar as obras de Deus e Jesus vai lhes responder: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”, portanto fica bem claro que é a obra da fé. Os judeus querem saber das obras (plural) Jesus fala da obra (singular) da fé. Todas as obras são boas se derivarem-se da fé em Jesus Cristo.
A partir daí os Judeus alegam que acreditam em Moisés, porque Moisés deu um sinal: “Nossos pais comeram no deserto o maná, como está na Escritura, o pão do céu deu-lhes a comer”.
O pão do céu, não foi o pão dado por Moisés, pois nem o próprio Moisés que dele comeu entrou na terra da promessa. O Verdadeiro pão do céu, não é aquele que desceu (passado) do céu. Jesus nos dá dois sinais importantes que nos ajuda a identificar o verdadeiro pão do céu. Primeiro ele diz: “Não foi Moisés que vos deu (passado) o pão que veio do céu. É meu Pai quem vos dá (presente) o verdadeiro pão do céu”. Jesus conjuga o verbo no presente “meu Pai é que vos dá”. E porque ele continua dando o Pão do céu, quem dele come não poderá morrer.
O segundo sinal é esse: “Pois o Pão do céu é aquele que desce (presente) do céu e da vida ao mundo”. Novamente Jesus conjuga o verbo no presente, “desce”, ou seja, a Eucaristia é o verdadeiro pão do céu que desce para dar vida ao mundo. A comunhão eucarística é o comprometimento de Deus com o homem, de não o deixar morrer.
Quem comunga desse Pão não morrerá, mas, comungar da Eucaristia é muito comprometedor, pois é preciso comungar a vida do irmão. Comungar o alimento da vida eterna, significa também comprometer, para que todos tenham o pão que sustenta essa vida passageira com dignidade. Só podemos entrar na fila da comunhão de consciência pura se também levarmos em conta que não estamos acumulando em nossos celeiros o pão que ajuda o outro a viver melhor.
A eucaristia deve nos fazer irmão solidários!
Texto: Vitório Evangelista Chaves.