Na narrativa do evangelho deste domingo (11), estaremos extraindo um valioso ensinamento. Um leproso se aproxima de Jesus, se ajoelha e diz para Jesus, que se ele quisesse poderia limpá-lo. Interessante observar que pela lei antiga dos Judeus, uma pessoa acometida pela lepra não podia aproximar de ninguém e nem alguém poderia aproximar-se de um leproso. Tanto o leproso, quanto o próprio Jesus rompem com o que era antigo visando algo novo, algo maior.

A pessoa quando tem fé, é impulsionada a quebrar os paradigmas normativos que oprimiam mais do que libertavam. Pela lei dos Judeus, um leproso era considerado impuro, como podemos ver na narrativa da primeira leitura, ou seja, tinha que viver recluso e ainda tinha que declarar publicamente que era impuro, que ninguém deveria aproximar, nem tocar nele para não se contaminar com tal impureza.

Observamos, no entanto, na narrativa do evangelho, que tanto o leproso, quanto Jesus rompe com tal cultura antiga e opressora e dão um salto ao novo, à liberdade. Imaginemos o quadro psíquico, físico, emocional e espiritual do leproso: rompido com Deus, pois era impuro, trazia a marca da culpa que o corroia e o mantinha impossibilitado de fazer a experiência da graça libertadora do Deus amor. Rompido com a sociedade, pois se sentia excluído, rejeitado sem poder relacionar com alguém. Rompido consigo mesmo, pois ao ver a si mesmo deparava com o seu corpo carcomido pela doença.

Irmãos e irmãs, este texto mostra o retrato de cada um de nós quando estamos em estado de pecado. Rompemos com Deus e nos sentimos sozinhos e excluídos, desfigurados por causa do pecado e suas consequências. Neste caso, é preciso agir pela fé e pelo arrependimento sincero fazer como o leproso, aproximar da pessoa de Jesus, prostrar diante dele, reconhecendo que ele é Deus que pode nos perdoar e curar e assim fazermos a experiência da salvação em Jesus Cristo.

O leproso numa ousadia demonstra o desejo de vida nova aproxima, se ajoelha, ou seja, reconhece que Jesus é Deus, e que se ele quisesse o poderia limpar, curar, devolver a vida. Jesus, numa demonstração de que ele é Deus e assim o sendo, é maior do que as leis, diz para o leproso a palavra mais desejada por qualquer um de nós: “Eu quero”, Jesus quer que eu e você sejamos curados, libertos, perdoados, quer devolver a nós a liberdade de filhos amados de Deus por isso nos perdoa e nos cura.

Que essa palavra da liturgia de hoje seja para nós instrumento de cura e libertação, de perdão e salvação de nossos pecados e nos devolva a paz de sermos perdoados como nos diz o salmista: “Feliz o homem que foi perdoado” assim seja! Amem!.

Texto: Aloísio Neves