Que maravilha! Celebramos hoje a Solenidade de todos os santos, celebrar nossos irmãos e amigos que já estão na felicidade sem fim, deve gerar em nós alegria e esperança de um dia nos reunirmos todos com eles no céu.
De maneira oportuna o Evangelho nos coloca diante dos olhos o distintivo da santidade de vida: o sermão da montanha. A liturgia da Palavra, através do Evangelista Mateus, no capítulo 5, 1-12a, nos convida á comunhão com os santos. A inspiração para nossa reflexão está no versículo (3) “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.
E, para bem vivermos essa comunhão, devemos encontrar nas ‘Bem Aventuranças’ os traços do rosto de Jesus, aos quais os santos que estão no céu se afeiçoaram e nós devemos também devemos nos afeiçoar. Desta festa participa as três Igrejas (Triunfante, que está no céu, Padecente que está no purgatório e a militante que somos nós, peregrinos neste mundo).
A primeira ‘Bem Aventurança’ se inicia precisamente de onde termina o último mandamento. Para sermos santos não basta à não cobiça, é necessário, como discípulos de Jesus, sermos pobres de coração, pobres em espírito. Se o décimo mandamento nos mostra o que não fazer, aqui é revelado o que devemos buscar para sermos preenchidos. Os dez mandamentos e as demais Bem Aventuranças de certa forma estão contidas nesta primeira. Sermos despojados, pobres de coração, pobres em espírito, significa não estar preso às coisas desse mundo, e ao não cobiçarmos as coisas desse mundo devemos ter como fundamento o propósito de alcançar o céu.
Aos santos pertencem o céu, e o Senhor ensina que o meio de possuirmos o Reino dos céus é pelo desprendimento, é sendo livres absolutamente de qualquer cobiça na terra, não prendendo o coração e o espírito aos bens desse mundo, regendo nossas vidas como cidadãos do céu, pelos valores do Reino que estaremos abertos para viver em comunhão real com os santos da Igreja triunfante.
A comunhão com a Igreja triunfante e padecente se traduz na oração e na imitação. Por meio das orações podemos e devemos nos unir a eles. Em oração, seja através da ladainha de todos os santos, ou nas jaculatórias e preces que os dirigimos eles nos acolhem e, quando nossas preces trazem aspirações de coisas santas, ou seja, pelo puro amor a Deus e ao próximo, podemos ter certeza de que eles prontamente se unem as nossas invocações diante do trono do Senhor. A imitação dos santos é uma forma concreta de viver a comunhão com os santos, não se trata de algo que se reduza ao exterior, mas sim ao firme propósito de unir o coração e a alma a Deus. Como eles estão diante de Deus, repletos de amor, estão sempre aptos à nos ajudar para lá chegarmos também.
Hoje, a festa é um convite a esperança! Ao celebrar nossos irmãos que estão no céu, devemos exultar de louvores ao Senhor Jesus Cristo, pois, foi seu sangue precioso que os purificou. Quando na vida terrena, nossos irmãos eram de carne e osso como nós, também eram pecadores, mas, deixaram-se santificar pelo Espírito Santo, corresponderam com inteireza ao chamado a santidade, e Deus, que é rico em misericórdia os concedeu vitória sobre o pecado e a morte. Isso deve servir como alimento de esperança. Também em nós a graça de Deus é capaz de fazer triunfar o poder do Espírito, desde que acreditemos e procuremos com todo o nosso ser corresponder. Essa esperança de ver realizada em nós o que neles o Senhor operou faz gerar em nós a alegria celestial. Alegria em saber que, como nossos irmãos, também podemos ser santificados mediante o sangue de Jesus. É preciso os alegrarmos pela esperança de um dia participarmos no céu da comunhão de todos os Santos.
Texto: Emerson Alves