Neste domingo (24) celebramos Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. É o fechamento com chave de ouro do caminho que percorremos ao longo deste ano litúrgico. Depois de segui-Lo por todo este tempo, termos escutado suas palavras, testemunhado seus gestos de amor, concluímos, proclamamos e confessamos que Ele é o nosso guia, nosso mestre, nosso Senhor, nosso rei e o único e verdadeiro caminho da verdade e da vida.
Hoje o evangelho de São João (Jo 18, 33-37) nos remete ao julgamento de Jesus feito por Pilatos. No inicio da sessão o governador da Judéia lança uma pergunta direta a Cristo: -Tu és o Rei dos judeus? Este início de interrogatório revela qual era a acusação apresentada pelas autoridades judaicas contra Jesus: Para eles Jesus tinha pretensão de restaurar o reino de Deus e libertar o povo de Israel dos opressores, destituindo os poderes constituídos pela força das armas, pela violência.
Ele, corajosamente, se assume como o enviado prometido por Deus, para resgatar o povo de Israel, mas, repudia qualquer semelhança com o exercício do poder existente. Os reis deste mundo apoiam-se na força, impõem sua autoridade pelo medo; o seu reinado está baseado no autoritarismo, na prepotência, gerando opressão, injustiça e sofrimento. Jesus, no entanto, naquele momento era um prisioneiro indefeso, abandonado pelos amigos, ridicularizado pelos líderes judaicos, desprezado pelo povo. Ele não procurou ter poder, mas se colocou a serviço de todos, especialmente dos pobres, humildes e marginalizados. Não possuía sentimento de egoísmo, não se preocupava em defender os próprios interesses, mas por obedecer a vontade de Deus, seu Pai. Não pensou em acumular riquezas, mas, somente em amar a todos, até o dom da própria vida. O seu reinado não é deste mundo, ele é proveniente de Deus.
O reinado de Jesus sobrepõe o amor sobre o poder, procura ir a fundo no coração das pessoas, para, em vez de produzir morte gerar vida. Ele é rei e é Deus, mas não vai impor a ninguém o seu reinado; vai apenas propor a todos os homens e mulheres um mundo novo, baseado no amor, na doação, na entrega, no serviço.
A realeza de Jesus consiste em mostrar a verdade, ou seja, testemunhar a realidade de Deus. Ela se manifesta nos seus gestos, nas suas palavras, nas suas atitudes e, de forma especial, no seu amor vivido até ao extremo de doar a própria vida pela salvação da humanidade. A verdade é esse amor sem medida que Deus derrama sobre o homem e que, uma vez acolhido, conduz à vida verdadeira e definitiva. É impossível conviver com esta verdade todo tipo de mentira, egoísmo, opressão, injustiça, ou seja, tudo aquilo que tira a beleza da vida e impede homens e mulheres de alcançarem a vida plena.
É esse reino que Jesus veio propor e é esse reino de amor que Ele preside.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Texto: Dalva Pereira Silva Soares